Interdisciplina: Filosofia
da Educação
Pensando sobre... As cegueiras do
conhecimento: o erro e a ilusão
O conhecimento e nossas escolhas
Existem comportamentos esperados ou
estabelecidos de modo prévio que julgamos ser o correto, mas diante de
diferentes situações, nossas atitudes devem seguir outro viés. Muitas vezes,
julgamos saber tudo, até que algo acontece e nos desestabiliza. Quando
convivemos com crianças esses sentimentos estão muito presentes. É o medo de
não favorecer o desenvolvimento correto da criança ou de fracassar como
profissional. É o desejo de ter e/ou incentivar um espaço escolar homogêneo,
grande ilusão, pois sabemos que a escola é repleta de uma grande diversidade
étnica e cultural. Porque continuamos insistindo em ensinamentos baseados na
cópia e na repetição, insistimos no erro com a ilusão de que para aprender
essas duas ações devem imperar.
O texto
mostra a ideia de racionalidade sobre os erros e ilusões. A racionalidade
construtiva elabora teorias coerentes, verificando o caráter lógico da
organização teórica, a compatibilidade entre as ideias que compõem a teoria.
Tal racionalidade deve permanecer aberta ao que a contesta para evitar que se
feche em doutrina e se converta em racionalização. Nós não temos a razão de
tudo ou o conhecimento absoluto, deve haver espaço para o diálogo e o debate de
diferentes ideias. Não podemos ser professores doutrinados por um sistema
tradicional que valoriza ações de opressor/oprimido.
Para Morin (2002), uma doutrina que obedece a um
modelo mecanicista e determinista para considerar o mundo não é racional, mas
racionalizadora. O racionalismo que ignora os seres, a subjetividade, a
afetividade e a vida são irracionais. Considero que são formas de ensinar que
priorizam ações mecânicas, sem muita reflexão e pensamento, distante de emoção.
Como se fosse um contentamento descontente, algo que preenche, mas continua com
um vazio porque falta o essencial, a satisfação em obter conhecimento.
A verdadeira
racionalidade não é apenas teórica ou crítica, mas também autocrítica. Não
temos a razão de tudo ou do conhecimento absoluto. O conhecimento qualifica
nossas escolhas e nos torna indivíduos em constante transformação, inacabados.
Sempre há algo que podemos aproveitar em benefício da sabedoria, ficando assim,
distante do erro e da ilusão. A ilusão acontece quando não há certeza ou
conhecimento suficiente para consolidar o que se aprende, limitando a
racionalidade.
Referência:
MORIN, Edgar. Os sete saberes
necessários à educação do futuro. Editora Cortez, ano 2002, 5º edição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário