terça-feira, 5 de dezembro de 2017


Interdisciplina: Filosofia da Educação


 Pensando sobre... As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão



                     O conhecimento e nossas escolhas

   
     Existem comportamentos esperados ou estabelecidos de modo prévio que julgamos ser o correto, mas diante de diferentes situações, nossas atitudes devem seguir outro viés. Muitas vezes, julgamos saber tudo, até que algo acontece e nos desestabiliza. Quando convivemos com crianças esses sentimentos estão muito presentes. É o medo de não favorecer o desenvolvimento correto da criança ou de fracassar como profissional. É o desejo de ter e/ou incentivar um espaço escolar homogêneo, grande ilusão, pois sabemos que a escola é repleta de uma grande diversidade étnica e cultural. Porque continuamos insistindo em ensinamentos baseados na cópia e na repetição, insistimos no erro com a ilusão de que para aprender essas duas ações devem imperar.
  O texto mostra a ideia de racionalidade sobre os erros e ilusões. A racionalidade construtiva elabora teorias coerentes, verificando o caráter lógico da organização teórica, a compatibilidade entre as ideias que compõem a teoria. Tal racionalidade deve permanecer aberta ao que a contesta para evitar que se feche em doutrina e se converta em racionalização. Nós não temos a razão de tudo ou o conhecimento absoluto, deve haver espaço para o diálogo e o debate de diferentes ideias. Não podemos ser professores doutrinados por um sistema tradicional que valoriza ações de opressor/oprimido.
  Para Morin (2002), uma doutrina que obedece a um modelo mecanicista e determinista para considerar o mundo não é racional, mas racionalizadora. O racionalismo que ignora os seres, a subjetividade, a afetividade e a vida são irracionais. Considero que são formas de ensinar que priorizam ações mecânicas, sem muita reflexão e pensamento, distante de emoção. Como se fosse um contentamento descontente, algo que preenche, mas continua com um vazio porque falta o essencial, a satisfação em obter conhecimento.
   A verdadeira racionalidade não é apenas teórica ou crítica, mas também autocrítica. Não temos a razão de tudo ou do conhecimento absoluto. O conhecimento qualifica nossas escolhas e nos torna indivíduos em constante transformação, inacabados. Sempre há algo que podemos aproveitar em benefício da sabedoria, ficando assim, distante do erro e da ilusão. A ilusão acontece quando não há certeza ou conhecimento suficiente para consolidar o que se aprende, limitando a racionalidade.

Referência:

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Editora Cortez, ano 2002, 5º edição. 


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