Interdisciplina: Educação de Jovens e Adultos no Brasil
HISTÓRIA DA EJA NO MIGUEL COUTO
Fundada
no ano de 1946, a escola Miguel Couto é, atualmente, a maior escola do
município de Nova Santa Rita, contando com aproximadamente 800 alunos
distribuídos entre os três turnos letivos. Em 1993, a escola Miguel Couto
tornou-se a primeira a oferecer o primeiro grau completo (com turmas de
pré-escola a 8ª série), passando a se chamar Escola Municipal de Ensino
Fundamental Miguel Couto em fevereiro de 1999, quando se adequou à Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Brasileira.
O nome Miguel Couto é uma homenagem a um
médico, escritor e político nascido no século XIX. Miguel Couto teve grande
influência política no Brasil.
Em
2006, a comunidade do bairro Berto Círio conseguiu uma grande conquista com a
criação na escola da EJA, voltada aos trabalhadores que não tiveram
oportunidade de concluir o ensino formal.
Objetivos da Educação de Jovens e Adultos – EJA
* Dominar instrumentos básicos da cultura letrada, que lhes
permitam melhor compreender e atuar no mundo em que vivem.
* Ter acessos a outros graus ou modalidades de ensino básico e
profissionalizante, assim como a outras oportunidades de desenvolvimento
cultural.
* Incorporar-se ao mundo do trabalho com melhores condições de
desempenho e participação na distribuição da riqueza produzida.
* Valorizar a democracia, desenvolvendo atitudes participativas,
conhecer direitos e deveres da cidadania.
* Desempenhar de modo consciente e responsável seu papel no
cuidado e na educação das crianças, no âmbito da família e da comunidade.
* Conhecer e valorizar a diversidade cultural brasileira,
respeitar diferenças de gêneros, geração, raça e credo, fomentando atitudes de
não discriminação, e promovendo a inclusão social.
* Aumentar a autoestima, fortalecer a confiança na sua capacidade
de aprendizagem, valorizar a educação como meio de desenvolvimento pessoal e
social.
* Reconhecer a valorizar os conhecimentos científicos e
históricos, assim como a produção literária e artística como patrimônios
culturais da humanidade.
* Exercitar sua autonomia pessoal com responsabilidade,
aperfeiçoando a convivência em diferentes espaços sociais.
Minha experiência com a EJA
Trabalhei com EJA nos anos de 2010, 2014 e 2015. Foi um experiência diferente, pois não havia trabalhado com adultos, apenas com adolescentes. Por vários fatores as pessoas deixam os estudos de lado, os mais comuns na escola são: gravidez precoce, a busca por emprego, desmotivação, dificuldades de aprendizagem e distorção entre idade e série.
É bem frequente, os adolescentes, a partir dos quinze anos, passarem a frequentar a Eja. Muitas vezes, no turno regular, eles demonstram dificuldades de aprendizagem acabam se sentindo desmotivados e diferentes dos demais alunos, começam as reprovações. O caminho encontrado é a mudança para a Eja. Em alguns casos, os alunos avançam , significativamente, em seus aprendizados. Outras vezes, eles passam a frequentar a escola "socialmente". Nessas situações, as reprovações continuam ocorrendo. O aluno acaba não dando a importância necessária para seu período de estudos. Quando busca emprego, percebe que sua qualificação não é suficiente, então retorna para a escola com outra percepção das suas necessidades. O tempo passa e alguns alunos percebem a necessidade de estudar e seguir adiante. É um caminho difícil, às vezes, ele sofre para entender.
Com os adultos, percebi muitas diferenças. Eles frequentavam as aulas com satisfação e aproveitavam cada momento, como se quisessem resgatar o tempo perdido do passado. Eles voltam a estudar por motivos pessoais e profissionais, para melhorar salário e ampliar o nível de estudo, concluir o ensino médio e cursar uma graduação.
Os adultos possuem muita determinação, apesar de muitas dificuldades enfrentadas, como por exemplo, cansaço físico e mental, após um dia de trabalho, mães com filhos pequenos, donas de casa que precisam preparar refeições e cuidar do lar. Segundo Liana da Silva Borges, "ensinar não é transmitir, mas estabelecer condições para sua construção, sendo que quanto mais crítico for este processo (ensinar e aprender) tanto mais se amplia a vontade de saber, a curiosidade epistemológica diante dos desafios que o mundo apresenta". (Verbetes do dicionário de Paulo Freire: Alfabetização).
Os empecilhos são muitos, mas muitos superam essas dificuldades e terminam o ensino fundamental, para eles, é um grande passo para um futuro promissor com variadas possibilidades, tanto profissional quanto pessoal.
Referência:
STRECK, Danilo
R; REDIN, Euclides Redin, ZITKOSKI, Jaime José. Dicionário Paulo Freire. Belo
Horizonte: Autêntica Editora. 2016. 3º edição
Ótima postagem com reflexão, contextualização, dialogando com a teoria para embasar os teus argumentos.
ResponderExcluirAtt,
Katielle de Oliveira
Tutora de Seminário Integrador- Eixo VII- Turma E